O amor é a nossa arma |
Agora mesmo, nesse exato momento, enquanto você lê essas palavras, a humanidade é destruída por uma força alienígena além dos limites do nosso entendimento.
Essa é a premisa de Bliss Stage, um premiado jogo indie criado por Ben Lehman. É um jogo sobre adolescentes em robôs gigantes assumindo responsabilidades e enfrentando alienígenas, mas acima de qualquer coisa é um jogo sobre relacionamentos.
O mundo foi invadido por seres extradimensionais, de uma dimensão que coexiste com nossos sonhos e pesadelos. Esses aliens prendaram os adultos em um sono profundo chamado Bliss. A sociedade ruiu enquanto crianças e adolescentes tentavam viver suas vidas. Então os alienígenas atacaram fisicamente, matando muita gente e basicamente dominando o planeta. Sete anos depois, nesse mundo pós-apocalíptico, uma arma foi encontrada. Usando uma tecnologia experimental, é possível entrar no mundo dos sonhos com um ANIMa, um tipo de robô gigante. O interessante está aqui - o robô é montado a partir de laços e emoções. A relação do piloto com a sua âncora (uma espécie de co-piloto, para simplificar) determina a força do chassis principal, o amor por um irmão pode formar um escudo, o respeito pelo comandante pode se transformar em uma espada.
O jogo em si é altamente narrativo, como outros jogos de Lehman, mas o sistema de relacionamentos é extremamente bem definido exatamente por esse motivo. É um sistema tão bom, inclusive, que é copiado em diversos jogos mais populares, como Mutantes & Malfeitores. Pouca coisa no jogo é definida, sendo que quase tudo é deixado em aberto para os jogadores - nem a aparência dos aliens é fixa. Os jogadores devem decidir o que os assusta mais e a partir daí criar os aliens.
Uma possível visão dos alienígenas
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Uma das principais sugestões do livro é não responder as grandes questões do cenário. Bliss Stage é focado nos personagens e nas relações entre eles, não em entender o que são os alienígenas ou o que é o Bliss. Sim, é possível que no final da história essas perguntas sejam respondidas - mas sempre a um grave preso.
Quando um personagem morre ou atinge 108 pontos de Bliss (uma mecânica para determinar estresse emocional e maturidade), o jogador pode resolver uma das Esperanças do jogo. Isso pode ir desde reencontrar um irmão perdido a encontrar uma cura para o Bliss ou mesmo salvar a humanidade. Nesse sentido, Bliss Stage é muito parecido com Neon Genesis Evangelion - existem respostas, mas elas não são pré-definidas e consegui-las vai custar muito caro. Também existe similaridade no sentido que Bliss Stage é um jogo trágico; a comodidade mais valiosa é a vida dos protagonistas e ela vai ter que ser gasta mais cedo ou mais tarde.
Quando um personagem morre ou atinge 108 pontos de Bliss (uma mecânica para determinar estresse emocional e maturidade), o jogador pode resolver uma das Esperanças do jogo. Isso pode ir desde reencontrar um irmão perdido a encontrar uma cura para o Bliss ou mesmo salvar a humanidade. Nesse sentido, Bliss Stage é muito parecido com Neon Genesis Evangelion - existem respostas, mas elas não são pré-definidas e consegui-las vai custar muito caro. Também existe similaridade no sentido que Bliss Stage é um jogo trágico; a comodidade mais valiosa é a vida dos protagonistas e ela vai ter que ser gasta mais cedo ou mais tarde.
Bliss Stage é um jogo que trata de relacionamentos entre adolescentes e como não podia deixar de ser, isso envolve sexo. O livro menciona que isso não deve ser um tabu na mesa, mas é fácil imaginar pessoas envergonhadas por isso. Alcançar o nível mais alto de Intimidade (uma mecânica importante para montar seu ANIMa) exige relações sexuais, mas isso não quer dizer que sua mesa vai se transformar na leitura de slashfic. "Fulano e Fulana tiraram as roupas e se entregaram um ao outro" é uma forma perfeitamente válida de lidar com isso.
Bliss Stage tem uma visual novel em processo de produção, com uma versão demo no site. O livro pode ser baixado gratuitamente, mas o autor aprecia doações de qualquer valor.