quarta-feira, 17 de abril de 2013

Resenha - Skullkickers


Um grandalhão e um anão, anacronismo, muita ação e muito humor são os ingredientes da politicamente incorreta Skullkickers, quadrinho de Jim Zub publicado pela Image Comics, vencedor de um prêmio Eisner. Zub denonima o estilo da história como sword and sassery ('espada e insolência', numa tradução livre) numa corruptela do termo sword and sorcery que define clássicos como Conan.

Zub deixa claro que sua maior influência é Dungeons & Dragons. Jogando desde criança, ele era o tipo de jogador que faz as coisas mais estranhas nas situações mais desesperadoras, às vezes obtendo sucesso mas sempre obtendo gargalhadas. Se durante suas sessões de D&D Zub encarava como um dever fazer seu Dungeon Master cair na gargalhada, agora ele revive esse dever fazendo seus leitores gargalharem lendo Skullkickers.


Zub já deu dicas importantes sobre a realidade do mercado de publicação independente nos EUA. Cortando em miúdos, Skullkickers não está deixando ele rico, mas é extremamente divertido e uma coisa que ele sempre quis fazer. Esse entendimento tão profundo de sua mídia escolhida se reflete na obra em si; o primeiro arco de histórias foi feito para ser auto-contido, apesar de ter ganchos para uma série mais longa. Entre cada arco de história, uma edição com histórias curtas (e hilárias!) é incluída dando espaço para artistas convidados e uma merecida folga para a equipe titular. Até mesmo um concurso foi realizado para que um leitor tivesse uma história própria em uma coletânea dessas histórias curtas (na edição 18).

Apesar de todas essas características positivas, a maior força de Skullkickers está na simplicidade e carisma. Nossos protagonistas começam a história sem nem mesmo ter nomes, mas é muito fácil gostar deles da mesma forma. A violência é exagerada, mas o humor que sempre a acompanha diminui o impacto. Em um cenário de quadrinhos cada vez mais interligados e com continuidade cada vez mais confusa, Skullkickers é uma opção despreocudada e extremamente divertida.

Skullkickers segue dois mercenários com poucos escrúpulos e menos cérebro enquanto eles passam por situações corriqueiras de fantasia medieval de forma nem um pouco corriqueira. Um deles é um humano grandalhão com uma pistola de mão e o outro é um anão com dois machados.

Não espere um grande épico que desvende a natureza humana em Skullkickers. Espere muita ação, muita aventura, usos criativos para pessoas imortais, anões confundindo veneno com drogas de expansão de consciência, muita ironia e muitas referências a D&D (em uma das edições, Zub até incluiu a ficha dos dois protagonistas como monstros para D&D 4a edição!).


Para quem se interessou, Skullkickers está disponível via Diamond e em forma digital no ComiXology. Inclusive, na ComiXology as edições 0 e 1 estão disponíveis completamente grátis.

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