Muito tempo atrás, o povo morria no fim do mundo |
Um jogo indie escrito por Ben Lehman, Polaris é um RPG totalmente cooperativo, sem Mestre. Ele usa um sistema de rotatividade de personagens para criar em grupo uma história de tragédia e misticismo.
O cenário é o Pólo Norte, "muito tempo atrás". Polaris não se preocupa em ser cientificamente acurado ou lógico, criando um tom mítico. O Povo criou uma comunidade perfeita no Pólo Norte até que a primeira Aurora começa a desestabilizar o sistema. O Sol representa a corrupção deste mundo - desde que ele surgiu, o mundo não é o que já foi um dia, consistindo de 4 fortalezas rodeando o Equívoco: um enorme buraco direto para o inferno. De dentro do Equívoco saem os Equivocados, demônios que são os antagonistas principais, tentando destruir o resto da comunidade. O povo continua apaticamente empurrando a vida com a barriga, preso entre decadência e politicagens. A única coisa entre o Povo e a destruição completa são Cavaleiros Estelares. O problema é que esses Cavaleiros estão fadados ao fracasso.
Como já é possível ver pela premissa, Polaris não é um jogo bem humorado. É um jogo dramático e altamente ritualizado é recomendado para pessoas que consigam levá-lo a sério. Se você não tem 3 amigos que consigam repetir "Muito tempo atrás, o povo morria no fim do mundo" sem dar risadinhas, Polaris não é o jogo para você. É importante reforçar que esse jogo não combina com salgadinhos e piadinhas - ele só vai ser interessante se for realmente levado a sério.
Polaris é um jogo para 4 jogadores. Cada jogador tem um Coração, o mais próximo de um Personagem Jogador em um RPG tradicional. Então, a partir das posições na mesa, outros papéis são designados - o jogador sentado oposto a você é o Equivocado, que controla seu adversário e em jogo tenta complicar a vida do personagem; o jogador à sua esquerda é a Lua Nova, e controla personagens com quem você tenha relações formais, como outros cavaleiros, um juiz, um prefeito e por aí vai e a sua direita fica a Lua Cheia, controlando personagens com quem você tenha relações emocionais, como um amante ou um familiar.
A única mecânica de resolução de conflito é a rolagem de um único d6. Como já mencionado anteriormente, o jogo não tem mestre. O que você diz acontece e algumas situações exigem a rolagem de um d6. À medida que seu Coração se torna mais competente, ele também se torna mais corrompido até chegar ao limite e se tornar apenas mais um Equivacado ou morrer. Esse é o destino de todos os Corações. Polaris não é um jogo feliz - é um jogo sobre cavaleirismo, tragédia e ruína inescapável. Como os jogadores interagem entre si é altamente formalizado - existem frases específicas que determinam como cada jogador pode alterar a narrativa e o jogo é sempre iniciado com "Muito tempo atrás, o povo morria no fim do mundo".
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