domingo, 16 de junho de 2013

Deu Tilt Entrevista Behold Studios

Behold Studios é um estúdio brasileiro que alcançou escopo mundial com Knights of Pen & Paper, um jogo para Android e iOS. Irreverente e quebrando em pedaços a barreira entre a audiência e o jogo, KoP&P é recheado de referências nerds e cria uma excelente atmosfera de RPG de mesa.

Com o lançamento de uma nova versão do jogo se avizinhando, Saulo Camarotti do Behold Studios deu uma palavrinha conosco.

DEU TILT: Antes de mais nada, só percebi que Knights of Pen & Paper era feito por brasileiros durante o encontro com o outro grupo de aventureiros.

BEHOLD STUDIOS: Pois é! O jogo foi lançado em Inglês desde o começo pois vendemos para mais de 90 país. E essa inclusão de vários elementos brasileiros e inclusive nós mesmos como personagens fez com que muitos percebessem a origem tupiniquim. hehe. Hoje o +1 Edition já será lançado em Ingles, Português, Alemão, Italiano e Espanhol.

DEU TILT: O mercado de jogos casuais tem uma quantidade de clientes muito grande e um custo de entrada relativamente pequeno tanto para jogador quanto para os produtores de jogos. Os consoles de última geração, por outro lado, são mais caro e a produção de um título AAA pode demorar anos e custar milhões de dólares. Você acha que jogos casuais e plataformas portáteis podem declarar o fim dos títulos AAA?

BEHOLD STUDIOS: Acho que não. São propostas diferentes, e as duas podem e devem coexistir. São como filmes super produções de Hollywood e as pequenas séries de TV de baixo orçamento. Os jogos casuais trazem sessões pequenas ou curtas em experiência longas. O jogador se compromete pouco, mas a medida que joga vai se aprofundando e consumindo cada vez mais conteúdo. É virtualmente infinito. Os jogos Hardcores são diferentes. São sessões longas e profundas, e muitas vezes as experiências não duram tanto. Um jogo de Console pode durar 8 a 15h, enquanto um jogo social que foi criado para ser longo, pode trazer ao jogador dias de experiência contínua.

É bom diferenciar também AAA de jogo hardcore. O AAA é a qualidade, como 5 estrelas. Assim, é possível um jogo de altíssima qualidade, AAA, criado para o público casual, mid-core ou hardcore.

DEU TILT: Vemos cada vez mais menos jogos do gênero RPG, mas cada vez mais outros jogos usando elementos de RPG. Depois das controvérsias com Dragon Age 2, alguns anos atrás, diversos críticas chegaram a falar que o gênero estava morto. Você acha que ainda existe espaço para o gênero no mercado atual?

BEHOLD STUDIOS: Com certeza, o Knights of Pen & Paper é exemplo disso. Recebemos diversas críticas positivas quando ao resgate do gênero em uma mecânica inovadora. Mas não acho que o RPG tenha enfraquecido tanto. Pois, muitos jogos incorporaram esse elemento de controle de recursos, evolução, árvores de habilidades. Veja por exemplo o Mass Effect, que incorpora jogabilidade de jogo de tiro em terceira-pessoa com diversos elementos do RPG.

Aqui na Behold, acreditamos nos jogos de nicho, e por fazermos parte do nicho de RPG de mesa, fizemos um jogo também pra gente jogar. Entendemos que focar em um nicho melhora a probabilidade de acertarmos e agradarmos os jogadores. Com certeza teremos jogadores que não vão jogar Knights P&P, mas os que jogarem vão fazer parte da comunidade e se sentir parte daquela meta experiência dos anos 80. Fazer jogo sem nicho, focando em todo mundo, é a mesma coisa que fazer jogo pra ninguém.

DEU TILT: Knights of Pen and Paper está prestes a ter sua versão +1. Que novidades os fãs podem esperar?

BEHOLD STUDIOS: O +1 Edition foi uma parceria da Behold Studio, com a Paradox Interactive, publicadora do Magicka. Eles trouxeram um pouco da experiência deles e propuseram algumas mudanças importantes na mecânica do jogo. Desde janeiro trabalhamos para consertar muitos problemas que o jogo tinha, incluir novos recursos, e claro, novos conteúdos.

Os jogadores foram muito participativos, enviando elogios e sugestões para nossa equipe, e assim decidimos uma séria de mudanças para melhoras a experiência para todos. Temos uma Taverna para você organizar melhor sua mesa de personagens, temos Dungeons com experiências de instância e desafios verdadeiros dentro do jogo. Temos também novos itens, monstros, quests, lugares, e muita meta-história inception! =)

O jogo será lançado no Steam, para PC, Mac e Linux. Em duas versões, a +1 Edition e a +1 Deluxe Edition, com conteúdos exclusivos, trilha sonora dentre outras coisas.

DEU TILT: Quais são os sistemas de RPG de mesa favoritos de vocês?

BEHOLD STUDIOS: Nós jogamos muito D&D, mas temos uns aqui viciados em sistemas diferentes de RPG.

DEU TILT: Quais são seus projetos atuais, além da versão +1 de Knights of Pen and Paper?

BEHOLD STUDIOS: Nós estamos trabalhando em um jogo tão meta, se não mais meta, que o Knights. Este novo jogo chama-se Chroma Squad. Um grupo de dublês de super sentai (a.k.a Power Rangers) decidem abrir o seu próprio studio de gravação. E nesse jogo, você vai gerenciar os atores, as câmeras e efeitos especiais, enquanto luta em batalhas tática de turnos controlando monstros e bonecos de massa.

Já liberamos uma webcomic contando uma historia paralela do jogo em www.chromasquad.com.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Deu Tilt Entrevista Marcelo Cassaro

Desde 1985 Marcelo Cassaro faz parte da indústria de entretenimento brasileira. Nesse meio tempo, ele trabalhou nos desenhos da Turma da Mônica nos estúdios Maurício de Souza Produções; roteirizou várias séries em quadrinhos, como a revista do Didi (incluindo uma edição que era uma aventura solo de RPG!), Heróis da TV (com os heróis de tokusatsu que estavam na TV nos anos 90, como Jaspion e Changemen), Street Fighter Zero 3, Capitão Ninja, U.F.O. Team, Lua dos Dragões, Dungeon Crawlers e é claro Holy Avenger; lançou o livro Espada da Galáxia, vencedor do Prêmio Nova de 1995; foi editor da revista Dragão Brasil por mais de 10 anos, sendo um dos criadores de Tormenta... além do seu trabalho com Turma da Mônica Jovem, o quadrinho mais vendido das Américas.

Deu Tilt conversa com Marcelo Cassaro sobre um pouquinho disso tudo.
DEU TILT: Você é um profissional muito versátil, atuando como ilustrador, escritor de livros, roteirista de quadrinhos e ainda por cima desenvolvendo RPGs. Qual dessas faces do seu trabalho é a mais importante pra você?

MARCELO CASSARO: Gostei muito dessa pergunta!

Acho que todo artista é movido, pelo menos em parte, por inspiração e admiração pelo trabalho de outros. Leio um bom livro, tenho vontade de escrever também. Vejo um filme empolgante, quero contar uma história que faça o mesmo. Vejo uma HQ divertida, quero fazer uma. Vejo ilustrações que inspiram, quero fazer. Talvez por isso eu goste de trabalhar com mídias que misturam várias dessas coisas, como quadrinhos, RPG, games e animação.

O resultado é que acabo me dispersando, faço de tudo um pouco, mas sem dominar profundamente nenhuma arte. Hoje posso estar vendo tutoriais sobre roteiros de filmes. Amanhã, tentando aprender comandos de um aplicativo gráfico no iPad. Os dias parecem curtos, a vida parece pequena para fazer uma coisa só.

Eu não conseguiria ser apenas escritor, roteirista, desenhista, editor, animador. Admiro quem segue um caminho com firmeza, até se tornar muito bom nele. Sei que nunca vou escrever ou ilustrar tão bem quanto vários colegas meus. O lado bom é que nunca fico sem trabalho! O lado ruim é que nunca serei um grande escritor, um grande ilustrador, um grande diretor, editor... Só sei fazer o mínimo, o suficiente de cada.

DEU TILT: Turma da Mônica Jovem vende, em média, duas vezes mais que o relançamento de Liga da Justiça vendeu nos EUA e cerca de dez vezes mais que a média das revistas mensais da Marvel e da DC. Qual a explicação para todo esse sucesso?

MARCELO CASSARO: TMJ é a realização da fantasia de muitos leitores brasileiros -- ver a Turma da Mônica crescida. Muitos pensaram que, passada a novidade, o interesse acabaria. Mas isso não aconteceu, a revista segue firme e forte.

Minha explicação para o sucesso? A visão do Mauricio, que alguns acusam ter "parado no tempo", mas na verdade tem a mente no futuro, está sempre pensando no amanhã. Ele viu o avanço dos mangás e não se deixou superar. E o talento da roteirista principal da revista, Petra Leão, a quem eu empresto meus rabiscos.

DEU TILT: Você acha que a pirataria influencia negativamente nas vendas de RPG no Brasil?

MARCELO CASSARO: Sim. Mas também influencia positivamente.

Versão pirata é inferior, desonesta, vergonhosa. Você não oferece de presente, não exibe para estranhos. Qualquer um prefere o original. Muita gente faz download ilegal apenas para avaliar, para "dar uma olhada" -- é como folhear o livro na prateleira. Se gosta, e o preço é justo, acaba comprando.

Vejo empresas calculando prejuízos como se cada cópia pirata fosse uma cópia não vendida. Isso é falso. Se alguém escolhe a versão pirata, sem cogitar a compra do original, é porque não compraria mesmo. Seria uma cópia não vendida, da mesma forma.

Não aprovo pirataria, claro. Mas o fato de existir versão pirata atesta que o material é bom, atesta que há interesse nele — não existe pirataria de algo ruim. Veja Game of Thrones. Veja The Walking Dead. São campeões de downloads ilegais, mas ainda rendem fortunas a seus autores!

Então, se um RPGista tem apenas cópias ilegais de Tormenta, e junta os amigos para jogar, e pelo menos um deles compra um livro original... isso ainda é melhor que nada. Ainda é melhor que aquele RPG chato, que ninguém quis piratear, comido por traças na livraria.

Para terminar, lembremos que o Manual 3D&T Alpha tem download liberado legalmente no próprio site da editora, e mesmo assim o livro físico vende bem.


DEU TILT: Quais os motivos de Hero Party ter sido lançado em inglês?

MARCELO CASSARO: Praticidade. A desenhista, Erica Horita, atualmente mora nos Estados Unidos. Ela ama ser fanzineira, ama visitar eventos, montar estande, estar em contato direto com o público! Além disso, apenas residentes dos EUA podem fazer campanhas Kickstarter.

Também por esse motivo, Hero Party não tem ligação com o mundo de Tormenta. Não seria justo produzir Tormenta, algo que pertence aos brasileiros, em idioma que nem todos aqui dominam.

DEU TILT: D&D Next ou Pathfinder?

MARCELO CASSARO: Não sei absolutamente nada sobre Next, não tenho nenhum interesse. Não vejo Dungeons & Dragons voltando à antiga glória enquanto ainda estiver sob a posse da Hasbro. Tudo que a 3ª Edição representou em coragem e respeito ao hobby — do retorno dos grandes autores à licença aberta —, a 4E desfez.

D&D não é uma marca, não é uma franquia. É uma força que inspira, entretém, apaixona, une amigos, afasta do mal. Não voltará, excelo pelas mãos de quem realmente o entenda.

Como Pathfinder fez. Seus autores respeitam D&D a ponto de recriá-lo como deve ser. É o que eu e meus amigos jogamos hoje, é o D&D que sempre nos manteve juntos, sempre nos deu grandes momentos. Tem outro nome, mas a alma está ali.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Especial do Dia dos Namorados - Presentes


Boa noite meus nerds preferidos!!! Leitores desse blog que vive dando tilt! Daqui a pouco é um dia especial, é o dia dos solteiros se lamentarem por não terem namorado(a)! Ou seja, é DIA DOS NAMORADOS!
Para você, querido leitor(a), que tem namorado(a), vem a indecisão do presente: O QUE COMPRAR!???
Amanhã já é dia dos namorados e você ainda não sabe? Tá ferrado(a)! Mas não se desespere, nós preparamos um especial hoje!

Presentes de última hora!

  • Camisas temáticas;

  • Cupcakes temáticos; 

Eu e uma amiga fizemos esses cupcakes para nossos respectivos
  • Cd com as músicas dos jogos que o casal mais joga.

  • Cordão Coração Pixelado 


Essas foram algumas dicas, mas não se esqueçam, Dia dos Namorados é apenas uma data comercial. O mais importante vocês já tem: um ao outro! Aproveitem bem a companhia de cada um e não se esqueçam: A FORÇA ESTÁ COM VOCÊS!

Feliz dia dos namorados!



domingo, 2 de junho de 2013

Shingeki no Kyojin - O anime da temporada!

Shingeki no Kyojin (進撃の巨人)

Ficha técnica

Mangá
Gênero: Horror, Tragédia, Fantasia, Ação
Escrito por: Hajime Isayama
Publicado por: Kondasha
Revista: Bessatsu Shounen Magazine
Data de publicação: 2009 - saindo
Volumes: 10

Anime
Diretor: Tetsurou Araki
Escrito por: Yasuko Kobayashi
Música: Hiroyuki Sawano
Estúdio: Wit Studio
Licença: Funimation
             Manga UK
             Crunchyroll
Network: MBS, Tokyo MX, FBS, TOS,HTB,TVA,BS11
Dara de exibição: 6 de abril de 2013 - exibindo
Episódios: 25

Sinopse

Há centenas de anos a raça humana foi submetida a um fenômeno misterioso: o surgimento de Titãs. Esses titãs são parecidos com os humanos, na verdade são humanoides de 3 a 15 metros de altura, mas há titãs raros que podem chegar até a 60 metros de altura e possuem a pele encouraçada. Também há aqueles titãs com habilidades especiais, são ainda mais raros. Eles possuem temperatura corporal muito elevada, habilidades regenerativas e parecem não precisarem de alimentação. Porém eles perseguem a humanidade e a devoram quase nos levando a extinção, já que a diferença de poder de combate entre esses titãs e os humanos é tão grande quanto suas diferenças de tamanho.


Frente a essa situação a humanidade se isola dentre muros. São três muralhas: a mais distante do centro é a muralha Maria, a 100 km dela está a muralha Rose e no centro fica a muralha Sina.


Durante 100 anos a humanidade viveu dentro dessas muralhas de maneira pacifica porém após esse período um ataque de um titã gigante à muralha Maria trouxe o desespero e o horror do século passado ao presente. Obrigados a recuar e diminuir os seus recursos naturais, os homens decidem por recuperar seu espaço tomado pelos titãs.
Shingeki no kyojin nos mostra a história de três crianças nascidas dentro na muralha Maria e como a vida delas muda quando o ataque do titã ocorre. Eren Jaeger, Mikasa Ackerman e Armin Arlart sempre quiseram conhecer o "mundo de fora" mas ao presenciarem o ataque do Titã gigante e verem sua cidade destruída, a mãe de Eren morrer devorada por um gigante e a perda de todo território da muralha fazendo com que se tornassem refugiados e passassem fome, os três amigos decidem se alistar no exército para acabar com a ameaça dos humanoides. 
A partir daí o mistério sobre os titãs cresce e se tem a pista que, tanto a salvação quanto a resposta para o surgimento desses seres cruéis, está com a própria humanidade.

Por que tanta repercussão?

Com um roteiro bem trabalhado até agora, uma ideia original, uma arte maravilhosa e um traço muito expressivo, Shingeki no Kyojin foi a revelação dessa temporada de animes. Ele se tornou um novo marco depois de Death Note e vem causando muito impacto na crítica. O mangá recebeu o prêmio Kondasha Manga Award na categoria Shounen (mangás para garotos).
A série traz o horror de gigantes como nunca mais se viu. Esse horror é muito bem trabalhado na direção de arte. Eu fiquei em choque e ao mesmo tempo senti um nojo enorme ao ver os titãs. A tensão gerada pelo roteiro bem trabalhado, os traços marcantes do desenho nos levam para um mundo de desespero, do verdadeiro horror, e de mistério. 


Shingeki no Kyojin é de fato o melhor anime e mangá dos últimos  tempos. Afirmo, sem reservas, que é uma obra de arte pois nos faz sentir. A catarse é tanta que se pode comparar a tragédia do mundo criado nessa obra com as tragédias que presenciamos, como o tsunami enfrentado pelos japoneses em 2011. 
Mesmo que você não goste de animes ou de cultura japonesa, Shingeki no Kyojin merece uma chance. Ele já é por si só uma obra incrível.